Monólogo
Há dias tranquilos e felizes, onde os sorrisos estão ao alcance da mão
e escapam involuntariamente dos cantos da boca, saltam livres e felizes
como os pássaros que escapam das gaiolas.
Há dias porém, que o céu é nublado. Senão o que está acima das nossas cabeças
o que está dentro delas. E os sorrisos se escaceiam, mas como o sol que surge timido
por entre as nuvens, eles surgem sorrateiros. Basta sorver os primeiros olhares e os primeiros goles.
Porém há dias, em que desenho mentalmente nas paredes o rabisco tosco do que era seu rosto
cujos traços que foram tão bem desenhados nas minhas retinas, vacilam na fragilidade da memória.
Era lindo, por certo era. E continua a ser em algum lugar, para alguém.
E faço diálogos intermináveis, pergunto-te coisas, pergunto-te o dia, se lembra daquela viagem
daquelas piadas, daqueles olhares.
desenho te os olhos, aqueles que abriam os meus, abriam-me a boca, fechavam-me as palavras...
Desenho-te o sorriso, este ainda claro na memória, já que sempre recebia um meu como resposta, reflexo inevitável de qualquer espelho .
Nestes dias, converso contigo, doute as mãos, beijo-lhe o a boca e o corpo, não faço-te perguntas, não respondo as suas, não repasso brigas, enxugo-te lágrimas, com isso enxugando as minhas.
e o dia passa, dou-me conta dos monólogos, e do ridiculo de responder minhas perguntas a você
e um novo dia começa.