Monólogo

Há dias tranquilos e felizes, onde os sorrisos estão ao alcance da mão

e escapam involuntariamente dos cantos da boca, saltam livres e felizes

como os pássaros que escapam das gaiolas.

Há dias porém, que o céu é nublado. Senão o que está acima das nossas cabeças

o que está dentro delas. E os sorrisos se escaceiam, mas como o sol que surge timido

por entre as nuvens, eles surgem sorrateiros. Basta sorver os primeiros olhares e os primeiros goles.

Porém há dias, em que desenho mentalmente nas paredes o rabisco tosco do que era seu rosto

cujos traços que foram tão bem desenhados nas minhas retinas, vacilam na fragilidade da memória.

Era lindo, por certo era. E continua a ser em algum lugar, para alguém.

E faço diálogos intermináveis, pergunto-te coisas, pergunto-te o dia, se lembra daquela viagem

daquelas piadas, daqueles olhares.

desenho te os olhos, aqueles que abriam os meus, abriam-me a boca, fechavam-me as palavras...

Desenho-te o sorriso, este ainda claro na memória, já que sempre recebia um meu como resposta, reflexo inevitável de qualquer espelho .

Nestes dias, converso contigo, doute as mãos, beijo-lhe o a boca e o corpo, não faço-te perguntas, não respondo as suas, não repasso brigas, enxugo-te lágrimas, com isso enxugando as minhas.

e o dia passa, dou-me conta dos monólogos, e do ridiculo de responder minhas perguntas a você

e um novo dia começa.

Dio Cruz
Enviado por Dio Cruz em 06/01/2015
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