Cinema.

É um vazio, mas não é “dentro” é ao lado,

Meus lábios não alcançam o beijo, meus braços o abraço,

É um amor de ninguém, um desperdício de paixões...

Sobre um mar de medo, uma barca de lamentações,

Ao meu lado um espaço vago, algo que não é meu, ainda assim sinto saudades,

E quando eu vago a procura de uma mão que aqueça a minha, encontro um bolso,

Sozinho no cinema, vendo “aquele” romance tão triste, ao meu lado a poltrona de quem deveria chorar comigo,

Eu procuro os lábios, um beijo de emoção, meus dedos a procurar o corpo de “alguém”... Que não existe,

O filme acaba, permaneço sentado, as lagrimas riscando a face, é um vazio, mas não é “dentro” é ao lado,

É um lado que não faz parte de mim, ainda assim sinto a saudade profunda que a solidão permite sentir,

Aos poucos me levanto, tateando como um cego a procura de algo, eu procuro uma face a qual amar, um sorriso pra admirar,

As luzes se acendem, o “lanterninha” me apressa, eu sorrio e agradeço, digo que o filme é muito bom, ele retribui o sorriso, e diz;- Semana que vem tem outro romance nessa sala!

Eu caminho até a saída, meu semblante carregado porem esperançoso, meu corpo cansado,

Caminho mais um pouco, mãos no bolso, com uma única coisa na mente...

Semana que vem... Tem outro... o vazio permanece.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 15/09/2005
Reeditado em 17/09/2005
Código do texto: T50796