Cinema.
É um vazio, mas não é “dentro” é ao lado,
Meus lábios não alcançam o beijo, meus braços o abraço,
É um amor de ninguém, um desperdício de paixões...
Sobre um mar de medo, uma barca de lamentações,
Ao meu lado um espaço vago, algo que não é meu, ainda assim sinto saudades,
E quando eu vago a procura de uma mão que aqueça a minha, encontro um bolso,
Sozinho no cinema, vendo “aquele” romance tão triste, ao meu lado a poltrona de quem deveria chorar comigo,
Eu procuro os lábios, um beijo de emoção, meus dedos a procurar o corpo de “alguém”... Que não existe,
O filme acaba, permaneço sentado, as lagrimas riscando a face, é um vazio, mas não é “dentro” é ao lado,
É um lado que não faz parte de mim, ainda assim sinto a saudade profunda que a solidão permite sentir,
Aos poucos me levanto, tateando como um cego a procura de algo, eu procuro uma face a qual amar, um sorriso pra admirar,
As luzes se acendem, o “lanterninha” me apressa, eu sorrio e agradeço, digo que o filme é muito bom, ele retribui o sorriso, e diz;- Semana que vem tem outro romance nessa sala!
Eu caminho até a saída, meu semblante carregado porem esperançoso, meu corpo cansado,
Caminho mais um pouco, mãos no bolso, com uma única coisa na mente...
Semana que vem... Tem outro... o vazio permanece.