Pranto da nostalgia
A velha casa permanece ali.
Bamboleando.
Fazendo apostas com os ventos
Sobre quem aguenta mais.
Os cipós que costumávamos balançar
As framboesas que costumávamos nos deliciar.
Tudo entregue às meras lembranças.
Tudo entregue às esperanças
De contrariar o relógio da vida
E às nossas planejadas eternidades retornar.
Vaga-lumes:
Estrelas terrenas.
Instigam o alívio
Perante esse marasmo nostálgico.
A cigarra e seu canto,
Proclamando encantos
Que do peito a angústia extingue.
Uivos e notas que se repetem,
Do coração refletem
A saudade dos ditos tempos
Que não voltam mais.
Tempos,
Ventos,
Sublimes momentos.
Infinitos em suas finitudes.
Tempos escassos.
Tempos felizes.
Tempos eternos.