Pai
Mariaaaa, a farinha!
Com os dedos salpicava
Sobre o prato arrumado
Como ele bem fazia.
-Tá gostoso Zé?
-Ora se!
Com os lábios salivava
Sempre o gosto aprovado
O almoço da Maria.
Mas,
O fogão não acendeu,
A panela esvaziou
E a comida que era boa,
Nunca mais ele provou.
Hoje,
Quinze anos passados
Ele jaz sem sua Maria,
Sem almoço sem os dias
Que tanto saboreou.
Tá doendo pai?
Ta dizendo-me que já vai?
Que seu corpo não quer mais?
Esse sopro de tanto faz
É impaciência demais!
Vai parar o soro e o gás
E por ela correr atrás?
Choro penso e choro mais.
Ai!