Um passado que não existe

Sabe, tem dia que a saudade invade a nossa alma, e ficamos nos perguntado o que fizemos e o que vivemos para justificar tal sentimento. É óbvio que a resposta não vem! Mas, por incrível que pareça, insistimos em viver aquele momento, em sentir aquela saudade de um tempo, lugar ou alguém que talvez nunca conhecemos e nem iremos conhecer.

Sabe, aquela música, que ao tocar te proporciona uma viagem no túnel do tempo rumo a uma determinada época que você jamais imaginou em ao menos estar lá? Às vezes sou surpreendido com esses momentos. E fico impressionado com o fato de sentir saudade de algo que não vivi ou alguém que não conheci. Uma saudade que inspira poesia, versos e melodias de intensas histórias de amor.

Mas, como sentir saudade de um passado que não existe? Sinceramente, prefiro não responder! Quero continuar unindo o meu passado inexistente com o meu presente envolvente, sorrindo, chorando, cantando, amando e relatando o que é possível escrever. Quero continuar sentindo saudade, solidão, desejos, falta daquele beijo que me disse sim sem dizer.

Não é fácil compreender o que sente o coração, mas, é importante viver entre a razão e a emoção, vislumbrando o equilíbrio do que te pertence ou não. Um dia agente ama, outro dia é amado, são duas forças estranhas que nunca estão do mesmo lado. Equilíbrio é a palavra dos que desejam amar, mesmo sem estar amando, é preciso respeitar o coração que confessa ser amor e querer amar.

Quanta saudade me veio, do presente e do passado, do amor que hoje tenho e do que jamais fui amado. Parece até uma sina, dos ditos “ultrapassados” que vê o tempo passar e olha pra outro lado na esperança de cultivar apenas o que foi plantado. Talvez isso justifique tanta saudade do passado.