Jardineira Iguatama a Piumhi MG - Via Doresópolis
As montanhas ao longe
se arrastavam lentamente.
Vejo a Lagoa Redonda
ao inverso.
As árvores com suas folhas úmidas
passavam apressadas
chocando com a vidraça da jardineira
deixando um resto de amanhecer.
Minh’alma apressada.
Meu corpo só.
Meu olhar que saía pela janela
deixando meu pensamento
correr pelas várzeas
do Ribeirão dos Patos,
do meu bisavô Batista.
Disfarçava meu olhar.
Disfarçava meu anseio
para chegar ao meu destino.
Ouvia murmúrios de
moças e moços,
de velhos e velhas,
e o grito de criança
se misturando ao barulho do motor.
Nas rodas daquela Jardineira
que encantava o povo
dos Monjolos, dos Motas e da Vandeia...
Corria meu olhar pelo longínquo
sertão de Inácio Pamplona.
Olhava para estrada
pelo o horizonte do meu ser
e sonhava com a torre da Igreja
das Dores, Doresópolis.
Naquela estrada estreita e curta,
estrada rural de minha infância
seguia a empoeirada jardineira,
com malas de compensado,
passando pelos Martins
em curvas onde se viam a serra
e os vales,
até chegar no Piumhi.