*5965*Que*saudade*
*Que*saudade*
Você ficava na rua e brincava até não muito tarde
Apertava a campainha e corria
Senão a cinta comia
Nossas brincadeiras eram: Bete, queimada, pião
Hoje em dia com a modernidade isso não se encontra não
Soltávamos pipa tendo por companheiro o céu
Hoje em dia estragaram até o mel
Chuva era constante
Hoje em dia é inconstante
O povo preservava mais a natureza
E as suas belezas
Não havia tantas exigências
Hoje em dia se não cumpre tem que pedir clemência
O voto era no papel
Você marcava o nome com um x e a contagem era um fel
Saudades de conversar na rua
De ir na banca e não ver a vizinha ou a filha nua
Saudade do respeito
Hoje em dia tanto o homem e a mulher querem ter peito
Saudade da palavra empenhada
Que não existia nada que a mesma mudava
Saudade da farra boa
Hoje em dia tornou-se uma coisa atoa
Saudade quando não existia o assédio e sim a boa cantada
Hoje em dia o que mais se houve é a reclamação da mulherada
Saudade da hombridade
Isto sim sumiu de vez e marcou de forma negativa essa mocidade
Saudade de ir na roça
Hoje em dia é para poucos mesmo assim é para quem possa
Saudade quando havia mais árvores plantadas
Quando as algas não eram comumente exploradas
Saudade quando respeitávamos nossos avós, nossos tios e nossos pais
Hoje essa virtude não se vê mais
Saudade de quando valorizávamos o Brasil
Hoje este valor sumiu
Saudade de comer a jabuticaba colhida do pé
Hoje em dia isso é raridade para a geração que nem sabe o que quer
Saudade das pessoas boas
Que não viviam atoa
Saudade de quem
Fazia o bem
A outrem
Sem cobrar nada de ninguém
Saudade do amor verdadeiro
Saudade de ir na missa domingo e ouvir um sermão certeiro
Saudade da criança
Saudade da confiança
Saudade da bonança
Saudade do sorriso
Saudade de quem tinha muito juízo
Saudade de tudo isso
Saudade do maravilhoso sorriso.
Francisco Pellágio de Paula