DESENHANDO UMA DOR

DESENHANDO UMA DOR

(Por Aglaure Martins)

As palavras ficam suspensas quando não há mais chance de serem ditas.

Há aproximadamente 24 anos você partiu,

foi tão precoce a sua ida,

não houve tempo para despedida,

o campo florido no chão sucumbiu.

Hoje recordo o largo sorriso

o jeito infantil no corpo de homem

tão doce seus lábios, (o beijo escondido)

guardado eterno na minha lembrança.

Quem dera pudesse voltar ao passado

fechar os meu olhos, lhe ter ao meu lado

dizer o não dito, meu doce pecado

ouvir sua voz no leito ardil.

Eu era apenas uma ingênua menina

vivia a vida sonhando acordada

deixava a nau no cais ancorada

esperando o tempo me ser mais gentil.

No mês de Outubro me veio a noticia

abriu no meu peito eterna ferida

chegou-me trazendo um vento hostil.

Por que dessa angustia? Das lágrimas contidas?

Não renasça lembrança... Não ! Não mais me agrida.

Deixa-me livre, faça-me ser outra vez pueril.

" Hoje é pedra a menina que um dia foi flor"

Para você meu amor adolescente, que n'um dia 20 de Outubro partiu para sempre e se fez estrela para enfeitar a noite no céu.

Saudade eterna...

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JP15102014

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 15/10/2014
Reeditado em 16/10/2014
Código do texto: T5000600
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