Escrava...
Debruçada na janela do acaso
És que surge na paisagem
Tua passageira imagem...
E a tua relutância em não ser comum
Aprisionou-me a retina
Vidrada, encantada, extasiada
Capturo teu diáfano reflexo...
Que lanço na memória que acesso
Quando me acessa a saudade.
Miragem, divago em ti, Maya de mim
Desperta enfim,
Meu lado mais selvagem...
Escrava, prisioneira do teu desejar
Sinto de ti vontade...
De tua boca, tua língua, tua sexualidade.
Agora, neste instante...
Meu coração chora
Enquanto resgata a emoção que senti
Que fez explodir em meu peito
Essa louca sensação de abandono... Furação, paixão!
Debruçada na janela do tempo
Me alcança a tua presença
Que a tudo preenche...
Mesmo ausente!
E transporto teu calor
Teu humor, tua falta de pudor...
Que me enfeitiça, me transforma
Me modela, aprimora...
Que me fez menina-mulher
Não necessariamente nesta ordem
Mais da forma que você quis(quiser)!
Pois você me fez (faz) sonhar teu sonho
E me embala em teu ritmo de amar
Quando colou teu corpo no meu
E com mãos de aço e cetim
Descreveu em minha pele teu desejo
Revelando teus sentidos nos meus
A muito adormecidos.
Fui dormir princesa
Acordo mulher, fêmea e tua...
Escrava e nua
Liberta por teu prazer
Prisioneira do teu querer...
Refém das lembranças que me veem
Quando debruçada me encontro...
Na janela das recordações!