INTERTEXTO>Poesia
SAUDADES DA CEILÂNDIA
Oh! Que saudades que tenho
Da minha Ceilândia querida
Onde não havia infância perdida
E hoje não temos mais
Que dias, que tardes, que noites.
No meu barraco de madeira
Olhava pro céu, contava estrelas.
Depois ia dormir
Lembrar desses dias
Me dá alegria
Trago muitas lembranças
Do meu tempo de criança
A poeira vermelha – vitamina de rosinha.
O quintal – fazenda sem porteira
Os braços de papai e mamãe – fortaleza
A vida – um final feliz
Brincadeiras de bete, e biloca
Onde ninguém perdia
Só ganhávamos doce e alegria
Naquela inocência sem fim
Jogávamos o dia inteirin
E a professora do jardim piscava os olhos pra mim
Oh! Saudade sem fim
Oh! Meu remédio era picolé e din-din
Na escola, Elaine era pra mim
Iracema para José
Em vez de revelar o meu amor
Pedia pra ela cantar pra mim
Minha mãe fazia bolo
E minhas irmãs comiam tudim