Um Adeus...

Quão tenebrosas são suas sombras...

Olhos que vigiam meus passos,

Mas um rosto sem semblante...

Como um livro que aos poucos fica no esquecimento,

Que deixa suas páginas soltas,

Com parágrafos que já não se pode ler...

Pois longe do tempo ficaram as palavras que escrevi em suas lembranças,

Pequenos fragmentos que descrevem o medo, o sonho, a saudade;

E haveria aquele adeus que jamais lhe diria,

Mas esse desconhecido me afasta de ti a cada minuto que passa,

Levando-me para um lugar sombrio e sereno,

Onde as árvores encobrem a luz da noite,

E a solidão esconde-se da minha alma isolada...

Juraria um único momento se eu ainda tivesse,

Mas nada mais existe além de mim...

Onde nos caminhos obscuros cercadas por árvores desfolhadas,

Estarei sempre preso...

Sem uma vida, uma voz e sem esperança...

Tudo foi perdido em apenas algumas palavras,

Estas que jamais repetirei!

Queria poder ouvir algo que pudesse me guiar,

Para algum lugar distante dessas trevas,

Ou apenas me fizesse sonhar uma vez,

Trazer de volta para mim, a essência de minha alma,

A quem peço que me perdoe...

Sempre serão dias tenebrosos nessas sombras...

Enquanto pergunto-me - onde estarei?

E o vento me traz o som maldito da perdição,

Mas que carrega consigo os clamores daquelas palavras,

Que aos poucos se perdem no esquecimento...

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 24/05/2007
Código do texto: T498866