ACIDENTES

Todas as estradas

Florescem tempestades

E flores aladas

Estão presas ao chão.

Asas inúteis

Prendem-se as corolas

Choram inconformadas

A sua solidão.

Delírios de vento

Levam o gemido

Do que foi e era

Nada mais será

Quem dera espaço

O coração tivesse

Para a flor alada

Poder voar!

Quem embalará vertigens

Nas malhas do vento?

Para secar a lágrima

E não mais chorar?