SEGUIMOS LADO A LADO
Não sei onde nos perdemos.
A distância, soluço do tempo,
Separou nós dois.
As palavras veladas
Fizeram crateras em mim.
Macularam-nos a alma.
O silêncio se fez cortante.
A borboleta arredia
Voltou sofrida ao casulo.
Ainda ouço a nossa melodia,
Mas a teia está vazia,
Escura e fria…
Há trevas pelos cantos,
Espantos tantos!
Perguntas esquecidas,
Nas encruzilhadas,
Nas masmorras forjadas,
Nas palavras não ditas.
O passado ainda acelera
O amor que arqueja.
E esse jeito de fêmea indomável
Boia-me dos olhos marejados.
Nesse mar
Navego sozinha,
Sem timoneiro nem remo,
Às procelas do caminho.
Tornados levaram o afeto
E o amor, talvez.
O encanto vestiu-se de pranto.
Restou tanta saudade,
De mim, de ti, de nós…
No entanto,
Ainda somos peregrinos do tempo,
E nas paralelas da vida,
Seguimos lado a lado.
Gyn, 02.2014