SEGUIMOS LADO A LADO

Não sei onde nos perdemos.

A distância, soluço do tempo,

Separou nós dois.

As palavras veladas

Fizeram crateras em mim.

Macularam-nos a alma.

O silêncio se fez cortante.

A borboleta arredia

Voltou sofrida ao casulo.

Ainda ouço a nossa melodia,

Mas a teia está vazia,

Escura e fria…

Há trevas pelos cantos,

Espantos tantos!

Perguntas esquecidas,

Nas encruzilhadas,

Nas masmorras forjadas,

Nas palavras não ditas.

O passado ainda acelera

O amor que arqueja.

E esse jeito de fêmea indomável

Boia-me dos olhos marejados.

Nesse mar

Navego sozinha,

Sem timoneiro nem remo,

Às procelas do caminho.

Tornados levaram o afeto

E o amor, talvez.

O encanto vestiu-se de pranto.

Restou tanta saudade,

De mim, de ti, de nós…

No entanto,

Ainda somos peregrinos do tempo,

E nas paralelas da vida,

Seguimos lado a lado.

Gyn, 02.2014

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 29/09/2014
Reeditado em 03/10/2014
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