Olhar sem ver

Uma velha necessidade

Uma lembrança constante

Que insiste em pontuar com a sua presença

Espaços de tempo em que se estar só em silêncio

Olhando sem ver

Quase que somente agora

Imagens de nossos felizes momentos

Saudade é como um retardo da consciência

Sucumbindo a gente com sua insistência

Antes inexata em se manifestar

No ato, ocupada em querer não pensar,

Deixando de lado o todo do gostar

É mestra na arte de selecionar

Somente o melhor para nos lembrar

Reitera como prova que gotejem os olhos

Reduz o volume dos sons que nos cercam

Foca-se nos pontos sem claros contornos

Vem com seus adornos pra valorizar

Aperta e estica a gente por dentro

Repassa e transpassa afiada...

...Faca, laser, vento...