Desabafos

Saudades de quando você me olhava

De quando nossos olhos se encontravam

E por um longo tempo você os encarava

E eu envergonhado tentava, sem sucesso, me esconder.

Saudades de quando suas mãos caminhavam pelo meu corpo

E teus lábios brigavam uma briga amigável com os meus.

Saudades de quando você me deixava sem ar

Num carinhoso e apertado abraço.

De quando teu cheiro grudava em minha pele

E os fios longos de seu cabelo ficavam em meus ombros.

Saudades de amar

Quem quer que fosse

Sofrer por isso

E me confessar na poesia

Tentando nela achar alguma alegria

Transformando sentimentos em péssimas obras primas.

Saudades da inocência que me cegava

Ao ponto de me fazer não ver, nem em mim mesmo

Algum defeito.

Saudades da ingenuidade

Que me fazia achar

Que os meus amigos

Eram os melhores amigos desse mundo

De achar que sempre presentes em minha vida

Eles estariam.

Saudades do tempo

Em que eu tinha, de sobra, tempo...

Tempo para viver.

Do tempo

Onde a única tristeza em minha vida

Era causada pela frustração

De não poder passar a noite em claro

Debaixo de um tapete de estrelas

Brincando na rua sobre a luz do luar.

Saudades do tempo...

Do tempo em que minha mente se perdia

Em centenas de palavras que nela existia

Na tentativa de encerrar de uma forma bonita

Uma poesia.

Jhon Lucian
Enviado por Jhon Lucian em 28/09/2014
Código do texto: T4980023
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