VIAJANTE
Sou um viajante
Do tempo.
Sou uma saudade andante,
Sou como o sopro do vento.
Do amor que passou
Pela vida;
Que chorou
Quando chegou a despedida.
Sou um livro aberto;
Uma página virada
De um conto deserto,
De uma história não publicada.
Sou o silêncio das matas
Ao entardecer.
Sou a cortina das cascatas
Que banham os vales ao alvorecer.
Sou um escravo da felicidade
Perdido pelos caminhos
Da mocidade;
De encantos ínfimos.
Sou um nômade sentimento
Em busca de um abrigo.
Prisioneiro dos momentos
Lindos que guardo comigo.
Sou o suspiro veemente
Das paixões,
Vividas intensamente,
Berço das minhas recordações.