"CHAMPANHA"
Quantas lágrimas e festejos,
sorrisos, anseios e os doces beijos!
Espocava e na taça borbulhava,
seu teor nos alterava e alucinava,
doce, seca, nos levava ao prazer,
foram tempos mágicos de querer...
Embalada no verde e nos olhos teus,
confundiam-se com o mar só meu!
Fim de ano, natal, festas, champanha:
paixão, entusiasmo, fúria, ódio e sanha,
o que se pode comemorar ou celebrar,
se o vento levou, mudando todo o lugar!
Perdeu o delicado vinho: o seu sabor,
falta-lhe, embalo e aqueles dias de ardor!
O frisante na taça esquenta e evapora,
por fora: lamentavelmente a taça chora!
Nada mais comove, como comovia dantes,
inexiste o gosto e o desejo no espumante.
Champanha para as lembranças de agora,
daqueles bons e velhos tempos de outrora!
Restou apenas do vinho o seu perfume,
que no virar das paginas se resume:
em mesas, taças, vultos e vazias garrafas,
que pena, tudo passou se foram as farras...
Champanha, champanha, champanha...