"CHAMPANHA"

Quantas lágrimas e festejos,

sorrisos, anseios e os doces beijos!

Espocava e na taça borbulhava,

seu teor nos alterava e alucinava,

doce, seca, nos levava ao prazer,

foram tempos mágicos de querer...

Embalada no verde e nos olhos teus,

confundiam-se com o mar só meu!

Fim de ano, natal, festas, champanha:

paixão, entusiasmo, fúria, ódio e sanha,

o que se pode comemorar ou celebrar,

se o vento levou, mudando todo o lugar!

Perdeu o delicado vinho: o seu sabor,

falta-lhe, embalo e aqueles dias de ardor!

O frisante na taça esquenta e evapora,

por fora: lamentavelmente a taça chora!

Nada mais comove, como comovia dantes,

inexiste o gosto e o desejo no espumante.

Champanha para as lembranças de agora,

daqueles bons e velhos tempos de outrora!

Restou apenas do vinho o seu perfume,

que no virar das paginas se resume:

em mesas, taças, vultos e vazias garrafas,

que pena, tudo passou se foram as farras...

Champanha, champanha, champanha...

Domingo Lage
Enviado por Domingo Lage em 15/09/2014
Reeditado em 28/09/2014
Código do texto: T4963037
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