ARMADILHAS ...


Olhar cego
da luz que o revestia.
Palavras silentes,
mãos vazias...
Escurece...
 
O nada adentra
nos umbrais da alma,
a face entristece!
Ao redor, o abandono
de um tempo sem dono.
 
Os olhos obscuros da solidão
observam os desenganos,
talhando no corpo
marcas de desgosto.
 
Partiram em revoada
os sonhos meus,
bipartiram-se planos
na dor do adeus.
 
Cala  no coração,
a ilusória felicidade
transmutada.
Sangra saudades
e lentas são derramadas
em gotas salgadas de desamor...
 
E nas armadilhas
do pensamento,
as emoções em segredo
revivem momentos...
Em espera incabível
ainda tecem ilusões,
de um amor
 não mais possível.
 
Amanhece...


 
2006
 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/05/2007
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T496221