Água
Nos tempos que não havia estrada
De Barreiras para Diogo Lopes,
Navegava-se por entre as gamboas
E se não tivesse embarcação
O caminho era a praia.
Podia-se andar seguramente
Nas marés vazantes a pé
Ou a cavalo naquela região.
Entre Barreiras e Diogo Lopes
É meia légua e não mais que isso.
Meia légua de tirar o fôlego de tão bonito.
Dunas e manguezais.
As dunas avançando sobre os manguezais
E uma estreita faixa de praia,
Em alguns lugares quase desaparecendo,
Pois a cada dia tudo vai modificando.
No caminho existe água
Jorrando Ponta de Pedra, água das dunas.
Era dali que até os sessenta
Os barcos apanhavam a água para matar
A sede do povo de Macau.
Era a melhor água da região dizia Seu Nininho,
Moço de convés dos barcos
Aguadeiros da prefeitura de Macau.