Nos jardins da saudade
Nos jardins da saudade
Colho pequenas flores de morte
Pequenos ramos de sorte
Por meio das folhas sagradas do amor
Entendo que sou eu, o lavrador.
Aqui, os ventos são plantados no chão,
Coloridos e assobiam uma canção.
São as flores do sol que exalam
O mais tênue perfume
E os brotos de noite
Lagrimam ritmos da primavera.
A classe dos sonhos
Embalam toda a atmosfera
Nos jardins da saudade
As ruas são feitas de pó
Tem veredas de dar dó
E a flor do mundo
Move-se em segredo
Recriando segundos
Com seus pequeninos dedos.
Aqui nos jardins da saudade
Há flores de todas as estações
Feitas de sombras e de ilusões
Bebem-se pequenos goles de felicidade
E fica-se longe da flor da realidade.
Enide Santos 02/09/14