Segredos adolescentes

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Ah, saudade...

Medi o sentimento em unidades de desejo.

Para a ausência da sexta, uma gota.

No sábado, depois da cesta,

duas gotas de revigorante tentação.

Reanimei. Batimentos. Reanimação.

Gotas góticas.

Pontadas sanfonadas de afastamento.

Essa clausura,

a quilômetros de distância,

causou-me inesperadas fobias...

De repente,

o medo de voar. Sim, de voar.

O temor da espera.

Avião. Voo. Janelas.

Ah, saudade...

Ainda é domingo.

O tempo está manco

e com ele, espantado,

eu caxingo, esperando,

a hora de voltar.

Corri para os teus braços.

Dobrei a esquina,

dei dois apressados passos.

Ensaiamos um abraço...

Que findou no segundo pavimento do sobrado.

Olhamos para cima e tivemos medo.

Quem nos observaria àquela hora?

Sorrimos. Saímos.

E fomos nos esconder na outra esquina.

...

O que fizemos debaixo da árvore?

Se contássemos não teria graça!

O prazer de namorar na praça

(aprendi isso ainda na infância)

está em não saberem o que por lá se passa...

Que desgraça!

Iguatu-CE, 2 de setembro de 2014.

02h05min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 02/09/2014
Código do texto: T4946519
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