Saudade da minha vida!

Nasci no melhor ano

Quando amar era amor e não engano

Época linda do meu curto viver

Quando amar era amor e não padecer

A música era romântica e encantava

Ao som dela eu sonhava e simplesmente amava

Tremia somente em pensar

Os lábios dela um dia eu beijar

Época linda e cheia de emoção

Quando respeito aos velhos era regra e não exceção

Ser honesto era lindo era o normal

Cortesia, um sorriso e amor eram até banal.

Como sinto saudade de conversas na calçada

Noites mornas, papo furado, barulho da criançada

Vizinhos preocupados com o teu bem estar

Receitavam remédios para te ver salutar

Ah cada criança, cada nascimento

Era uma festa, um acontecimento

Sugeríamos nomes e todos a aconselhar

De como criar, de como amar

Tempo lindo quando ainda não havia prédios

Brincávamos na areia sem precisar de remédios

Hoje valorizo tanto o “era feliz e não sabia”

Porque vivia alegre e o mal quase não havia

A casa sempre cheirosa e limpinha

E o sorriso lindo de minha mãezinha

Que para nós era a deusa do lar

Limpávamos os pés na entrada para nada sujar

Final de ano, ver presentes na árvore de Natal

Tudo simples, mas não fazia mal

Gente feliz trazendo a ceia gostosa

Para completar a alegria sempre contagiosa

Primos que amávamos como se ama filhos e filhas

Tios e tias não eram “parentes”, era família

E de cada um emanava o amor ardente

Que embalava os meus sonhos de adolescente

Ah tempo que fugiste tão rapidamente

Volte um dia, por favor, volte pra gente

Para que um pouco do que um dia fomos

Seja resgatado naquilo que não mais somos!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 27/08/2014
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