VIDA BOA
Sinto saudade do tempo antigo,
Que quando a tarde eu descia pro igarapé,
Do tempo que hoje não vivo,
A beira de um forno torrando café.
O frio que a madrugada soprava minha rede,
Me lembro, de barro era meu fogão,
Lamparina que enfumaçava a parede,
E o barulho suave do meu lampião.
Tenho guardado, meu coração ainda chora,
Saudade do rádio e as músicas reais,
Pois tenho que esquecer tudo agora,
Do meu violão, e dos sons dos animais.
A vida me reservou momentos de ruínas,
As coisas modernas que funde a alegria,
Essa vida agora cheia de rotinas,
É sem futuro, viver nessa agonia.
O mundo lá vai sem rumo e sem direção,
Continuamente sem hora pra parar,
Desde que surgiu a televisão,
A internet e o Celular,
Viver o que vivi, ninguém vai conseguir,
Das essências naturais que da vida provei,
Mas a força da transformação veio me pedir,
Que apagasse da memória tudo aquilo que passei.
Hoje sinto um zé ninguém, que a vida me levou,
Me sinto forçado em viver nessa tristeza
Sou fraco de sonhos, pois o tempo apagou,
Levou da minha vida, o aroma e a beleza.
Autor; Gilson R. Albarracin