A MINHA DOCE AMADA.

Eu silencio o meu pensamento quando moldado em tua face, emudeço também a tua passagem em meu sonho derradeiro, e tento ocultar nesse meu claro disfarce, quando posso flutuar, com vezes que sou apenas uma pena.

Queria poder arrancar você do meu peito, te afastar totalmente das minhas lembranças, vedar com resina o brilho da retina, que teima em te iluminar, cena por cena, quadrante por quadrante, e eu procurando te ocluir em uma sextilha, o quanto é importante no agora em diante, em ser tua companhia constante.

E de repente, me senti tão longe e alheado, não no sentido de distanciado, mas, do momento de recordação, que vem me mostrar que cada vez mais, a vida é assim, com uma menção atenta aos cinco sentidos que se espaça, em algo que vem para preencher o vazio, só por chalaça, e compensar todos os pedaços que me falta da tua graça, e por tantas vezes que tentei escrever as minhas palavras, agora já um tanto desgarrada de tudo que eu vivenciei, do certo que é você, a minha amada.

Recusei as minhas verdades mais inocentes, pela tua insistência em encontrar mentiras evidentes, nessa lembrança que de ti me aproxima e me ilumina, fazendo você se enxergar em mim, é que deixei derramar em estamina, estrelas sem nenhuma emoção, dentro da minha solidão, nessa distraída intenção de fazer você me entender.

Eu sempre vou te multiplicar em mil, reconstruir o teu perfil, até te eternizar nas paginas do livro da minha história, essa memoria que repaginei, quando te encontrei refeita, feita como o chão da minha estrada, esta que foi pisada, e forjada com elos da nossa paixão.

Marcus Paes
Enviado por Marcus Paes em 07/08/2014
Reeditado em 29/06/2018
Código do texto: T4912875
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