Saudades

Tenho saudades de um tempo que ficou pra trás, de mim,

saudades da minha coragem que não se apartava de mim.

Saudades do tempo alegre de minhas tantas traquinagens,

saudades do tempo alegre de minhas tantas molecagens.

Daquele tempo que bebia água da chuva de verão em bica,

do tempo que com os amigos "cabulava" as aulas de física.

Do tempo que roubava por prazer, frutas do quintal vizinho.

De quando sempre me safava, sem aranhão, com jeitinho.

Saudades do tempo atrás em que eu simplesmente amava,

quando não trocaria lucidamente minha felicidade por nada,

de quando o medo existia sim, mas ele, não me controlava,

quando a opinião alheia. Não me importava, nada causava.

Saudades de quando eu não trocaria a felicidade em mim

nem por sorrisos, beijos de namorada, abraços, outros enfim.

Do tempo em que vivia e que não preocupava-me em perder,

do tempo que amar... Ah! Amar... Não significava prender.

Saudades de quando meus sonhos vinham em primeiro lugar.

De quando impetuoso, ávido, me arriscava, queria explorar.

De quando nada me fazia desistir de lutar, arriscar... Chorava,

de quando chorar não era diminutivo de homem, não calava.

Saudades de quando falar sobre sentimentos para uma mulher,

era bem-vindo, saudável, honroso e não era para um qualquer.

Do tempo que não tinha medo de mim e de meus sentimentos.

Saudades de um tempo que "eu" era meu. Melhores momentos.

Saudades daquelas horas em que me importava em me ter

e que eu me bastava, não desejava e mais ninguém queria ver.

Quando o tempo e seus carrascos segundos não me importavam,

quando as críticas, com ou sem sentido... Ah! No me chocavam.

Saudades de quando o dia me sorria e com ele toda uma vida.

Do tempo que não precisava sofrer, me magoar, para dizer "linda",

do tempo em que mulheres eram mulheres, na sua total essência.

De quando o amor por elas, era doce, saudável, linda querência.

Tenho saudades de mim e

de um tempo atrás que ficou.

De amigos, inimigos, de tudo enfim.

Não tenho a espada do tempo

em minhas mãos, então...

Me cabe suturar as feridas e...

Viver.

Queria ser mais feliz,

ser dono de mim.

Dar a minha opinião doa a quem doer.

O que não pode sou eu sofrer.

Não quero me importar com rótulos.

Fraco, forte, estúpido, então...

Me cabe suturar as feridas e...

Viver.

Quero pegar "leve" comigo,

não deixar que pessoas "doentes"

me digam o que fazer.

O que não pode sou eu sofrer.

Nada mais de expectativas,

crenças feitas, aceitas, então...

Me cabe suturar as feridas e...

Viver.

Não vou cobrar tanto mais de mim.

Quero ser feliz enfim.

Vou viver... Dia após dia...

Tempo após tempo. Mês após mês.

O presente a cada segundo,

não quero mais pensar no futuro.

Sem explicação navegar.

Quero ser amante da vida,

tal qual ela é ou será.

Curta, longa, leve, intensa...

Venha como vier.

OliverDan
Enviado por OliverDan em 06/08/2014
Código do texto: T4912529
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