Soneto ao meu pai
O tempo entregou meu pai para a morte
E eu fiquei dias e noites sem saída
Sem ele eu perdi uma parte da sorte
Só aos poucos reencontrei a alegria perdida
Meu pai está morto e já não mais importa
Seu rosto anda comigo bem vivo e risonho
Seu sorriso amigo bate em minha porta
Sorriso de quem nunca caminhou tristonho
Meu pai foi arquiteto de canteiros
Cultivando suas preciosas roças
Irrigou jardins e plantou pinheiros
Meu pai correu sempre como um rio
Comprimido por margens fortes
Na escuridão da vida acendeu pavios
Albertina Laufer