Soneto ao meu pai

O tempo entregou meu pai para a morte

E eu fiquei dias e noites sem saída

Sem ele eu perdi uma parte da sorte

Só aos poucos reencontrei a alegria perdida

Meu pai está morto e já não mais importa

Seu rosto anda comigo bem vivo e risonho

Seu sorriso amigo bate em minha porta

Sorriso de quem nunca caminhou tristonho

Meu pai foi arquiteto de canteiros

Cultivando suas preciosas roças

Irrigou jardins e plantou pinheiros

Meu pai correu sempre como um rio

Comprimido por margens fortes

Na escuridão da vida acendeu pavios

Albertina Laufer

Albertina Laufer
Enviado por Albertina Laufer em 01/08/2014
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