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Imagem extraida do Google
Cama D’água


ando com dor de tempo e penso
que a cura ficou n'outro tempo,
quando as horas não sofriam
porque estavam amparadas num beijo


então... 

diz-me dos jardins quadriculados
de orquídeas de onde tu vinhas
com ramalhetes nas mãos.

diz-me do mar galopante em teu
olhar preguiçoso, que sempre tocou
o céu pra sentir o gosto da cor

diz-me dos dias balançados
em abas da janela
que se faziam sentinelas
pra dizer de tua chegada.

diz-me daquele furacão
revirando folhas
nas ousadias das inspirações

diz-me do repouso
das anáguas,
rodopiando de gozos,
que se amainavam
em círculos d’água
sempre nascidos das ternuras
que atiravas com as mãos.

diz-me da cama d’água
que balançava os desejos...
diz-me dos balanceios...
daquelas doces brisas
que sempre traziam 
tuas palavras.

 
 
 
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 23/07/2014
Reeditado em 23/07/2014
Código do texto: T4892958
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