O que da Sombra foi ao vento

Os pés presos à casa,

(arbusto ou

finíssimo compasso)

onde flores não brilham,

nem gritam,

nem embriagam-se.

Os pés acesos e cansados

vacilam em raízes pacificadas:

amanhã é o ódio

(O fumo antigo).

Um vértice desponta dos ossos das ruas.

comendo urticárias,

sinônimos atrasados

entre os tapetes nomeados

por poeira.

Rasga ao vento um vocativo

olhos precisos, entrelaçar de membros,

e os que já ouviram,

correm pelas medulas noturnas

com alma de hálito.

Não se importam com o palato

se os dedos mesclam cachos arrogantes,

a língua é pouca e fala de conversas

Os pés presos à casa,

amanhã ceroulas regulares.

Não deviam mais os tetos amarrados

acordarem pelos pensamentos

ou na face robusta

a percorrer as mãos

e o cálcio da população eterna

que passa diuturna

e veste-se de calculada síntese.

ruído, ruído, ruído.

Flui a voz apodrecida

na face dos vínculos,

no timbre

cotidiano da distância.

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 10/07/2014
Reeditado em 07/11/2014
Código do texto: T4877445
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