HORAS TARDIAS
Mato-me no tempo desta minha dor
Pelas lembranças que te tem em meus ais;
Daquela mulher que se entrajava de flor
E proferia a mim os teus aromas matinais.
E, cada toque em teu corpo era só por amor
D' um sentir que se fez pelo brilho no olhar
Que nunca se extingue ao soar deste clamor,
Mas que à noite me vela em cantos ao luar
Sofridas são as tardes no passar da hora
D' uma flor no vaso, tão árida e sem vida,
Que perdeu as cores no caos de outrora
E se foi embora a me deixar em feridas
Que jamais cicatrizam ao soar desta dor...
Ah, vândalos tons! Por que me pichas agora?
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 09 de julho de 2014.