HERANÇAS
Parado naquela esquina
como nas fotos, eu vejo
meu avô com seu boné:
me esperava para o almoço
nos domingos em família.
As conversas na memória
- tão inútil relatar -
sopa quente e confiança
era eu um estudante
no frio da capital.
Desse homem que me amou,
herdei uma escrivaninha
e a lembrança permanente
da constância afetiva,
em vários anos de vida
- essa história sem final.
Meu avô foi a primeira
compreensão da partida,
lacuna solta no pranto
liberado sem pudor,
numa noite inexpressiva.
Meu avô foi a semente,
cuja mensagem desfeita
mudou-se para Manaus.
Parado naquela esquina
como nas fotos, eu vejo
meu avô com seu boné:
me esperava para o almoço
nos domingos em família.
As conversas na memória
- tão inútil relatar -
sopa quente e confiança
era eu um estudante
no frio da capital.
Desse homem que me amou,
herdei uma escrivaninha
e a lembrança permanente
da constância afetiva,
em vários anos de vida
- essa história sem final.
Meu avô foi a primeira
compreensão da partida,
lacuna solta no pranto
liberado sem pudor,
numa noite inexpressiva.
Meu avô foi a semente,
cuja mensagem desfeita
mudou-se para Manaus.