No horizonte, sobretudo

No Horizonte, sobretudo

As pregas rotas dos rumores

Umedeciam crespas flores

E o desalento do céu mudo

No mesmo Ventre uma mentira

Afoga a dor no Mar divino

E da garganta cospe o hino

E quando canta, se retira

Os olhos ébrios: Sol miúdo

Veio correr pelos odores

Regurgitando muitas cores

E os esqueletos dos paludos

De onde veio? desta lira?

Que, ruminante, em desatino

Emagreceu um tal menino

E o despertou de tanta ira?

De tal vapor assim de um tudo

Da mesma face dos senhores

Que pouco sabem dos amores

E guardam seco um grito agudo

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 27/06/2014
Código do texto: T4860711
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