NOITE SEM BOEMIA

Enquanto lá fora a chuva caía,
sua voz, entre tantos sons ouvia,
naquela noite de repleta escuridão...
Gotas que murmuravam
até parecia que falavam
a um triste coração.
Vento que assobia
rimas de poesia
sobre o barracão.

Tudo  deserto por toda a cercania,
e os barulhos da noite, sem  autoria
espalhados pelas  grotas do sertão...
Os relâmpagos iluminavam,
senti que me mostravam
o quanto dói uma paixão.
Saudade bravia
noite sem boemia
em cada clarão.

Fiquei pedindo aos céus, por telepatia,
um século depois, eis que amanhecia
foram embora,  o relâmpago e o trovão...
Ventos que murmuravam
bem leves já passavam
levando a recordação.
Toda a beleza
esbanja a natureza
sorrí o ermitão.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 24/06/2014
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