Um ano sem você
E eu pousei no teu colo de mãe abnegada
Que me recebesses com amor puro e incondicional
E me defendias de todo e qualquer mal
Ainda que por isso fosses censurada.
Teu corpo tão frágil, teu teor tão robusto
Ensinou-me que a vida é mais que aparências
Que o brado do tolo é pura demência
Que sejamos humildes, verdadeiros e justos
Dos teus ensinamentos aprendi lições
Fundamentados nos preceitos de Deus
E hoje procuro transmitir aos meus
Que cultivem amor em seus corações
Aprendi que Deus é o inicio, o meio e o fim
Que estamos aqui só de passagem
E para que façamos uma boa viagem
Devemos evitar as coisas ruins.
Minha mãe, tão frágil e meu abrigo forte
Um ano se passou desde que partisses
Embora eu ainda esteja muito triste
Sei que nosso amor vai além da morte
Se estivesse aqui, por certo estaria
De vestido novo, cheirosa e faceira
Pedindo pra gente acender a fogueira
Querendo comer alguma iguaria
Fosse pamonha, canjica, milho assado ou cozido
Contanto que a data fosse sempre festejada
Contando histórias de datas passadas
Relembrando fatos dos teus tempos idos.
Teus 97 anos deixaram-te corcunda, sinuosa
Porém tua lucidez era invejável
Teu amor à vida era admirável
Nunca fosses velha; apenas idosa.
Foste um anjo de bondade pura
E aqui somente fizeste o bem
Que amavas a vida como ninguém
A ti sou grata, santa criatura.
Sei que sua morada agora é no céu
Pois no infinito nasceu nova estrela
Ao contemplá-la imagino vê-la
Alegre contente ao lado de Deus.