Um ano sem você

E eu pousei no teu colo de mãe abnegada

Que me recebesses com amor puro e incondicional

E me defendias de todo e qualquer mal

Ainda que por isso fosses censurada.

Teu corpo tão frágil, teu teor tão robusto

Ensinou-me que a vida é mais que aparências

Que o brado do tolo é pura demência

Que sejamos humildes, verdadeiros e justos

Dos teus ensinamentos aprendi lições

Fundamentados nos preceitos de Deus

E hoje procuro transmitir aos meus

Que cultivem amor em seus corações

Aprendi que Deus é o inicio, o meio e o fim

Que estamos aqui só de passagem

E para que façamos uma boa viagem

Devemos evitar as coisas ruins.

Minha mãe, tão frágil e meu abrigo forte

Um ano se passou desde que partisses

Embora eu ainda esteja muito triste

Sei que nosso amor vai além da morte

Se estivesse aqui, por certo estaria

De vestido novo, cheirosa e faceira

Pedindo pra gente acender a fogueira

Querendo comer alguma iguaria

Fosse pamonha, canjica, milho assado ou cozido

Contanto que a data fosse sempre festejada

Contando histórias de datas passadas

Relembrando fatos dos teus tempos idos.

Teus 97 anos deixaram-te corcunda, sinuosa

Porém tua lucidez era invejável

Teu amor à vida era admirável

Nunca fosses velha; apenas idosa.

Foste um anjo de bondade pura

E aqui somente fizeste o bem

Que amavas a vida como ninguém

A ti sou grata, santa criatura.

Sei que sua morada agora é no céu

Pois no infinito nasceu nova estrela

Ao contemplá-la imagino vê-la

Alegre contente ao lado de Deus.

Iranil J Azevedo
Enviado por Iranil J Azevedo em 23/06/2014
Reeditado em 30/07/2014
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