Domingo à tarde
Hoje me lembro das tardes de domingo
intermináveis... que tirávamos
pelo fiar do dia até ao cabo da noite
e já nem olhava para o relógio...
As horas passavam...
e assim o domingo se esvai...
fica só saudade dum pássaro-tempo que passou
e minhas horas felizes em suas asas,
levou-as todas.
O céu era um sem-limite,
onde as nossas esferas perdiam-se
Para só depois encontrar-se e perder-se de novo
dentro de nós mesmos
o som da conversa ecoa aos quatro cantos da casa
o café posto na mesa,
a fumaça exala cheiro agradável...
e não há conjugação
tão mais-que-perfeita que Café com Pão
... todo café sem pão, é sem graça
E como se não bastasse,
pedem-me: - gelatina!!!
Ora essa, no meu pão só passo margarina!
Porque não tenho pressa
e nem tenho relógio
dentro de mim pulsa um coração,
que mesmo não sendo eterno
vivo o instante breve...
como se me fosse eterno e único.
e só vou-me embora
quando for chegado a boa hora
de a conversar acabar
... Põe-se na linha do horizonte
deita-se nas asas da colina,
ergue o manto plano
e da luz embebida,
as asas, a um só tempo recolhem-se
ao findar de mais um dia...
As Histórias foram contadas
um vulto a perder de vista
na estrada da vida
se vai, vai, vai...
é com saudade
que o meu canto se estende
Como o eco que se perde
no meio do tempo...