UM PEÃO CAVALHEIRO
Tem um pouco de mim,
Numa estradinha de terra,
Lá no sertão sem fim.
Nesta grande cidade, onde as convenções sociais
E as etiquetas valem mais,
Tornei-me cavalheiro: submeto-me a tudo!
Mas trago no peito, como invencível escudo,
A lei do peão do cerrado, que aprendi “no berço”:
Coragem e respeito e, se não tiver jeito, faço um terço!
Se eu pudesse, buscaria o restante de mim,
Lá naquela terra do sertão sem fim,
Ou por lá ficaria até, dos meus dias, o fim.