UM PEÃO CAVALHEIRO

Tem um pouco de mim,

Numa estradinha de terra,

Lá no sertão sem fim.

Nesta grande cidade, onde as convenções sociais

E as etiquetas valem mais,

Tornei-me cavalheiro: submeto-me a tudo!

Mas trago no peito, como invencível escudo,

A lei do peão do cerrado, que aprendi “no berço”:

Coragem e respeito e, se não tiver jeito, faço um terço!

Se eu pudesse, buscaria o restante de mim,

Lá naquela terra do sertão sem fim,

Ou por lá ficaria até, dos meus dias, o fim.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 14/06/2014
Código do texto: T4844142
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