O passado de todos nós
Desculpem-me por não ser mais o mesmo
Não viver o que hoje é lembrança
Não estar onde estive
Não falar
Não ouvir o que vivia
Perdoem-me, minhas lembranças!
Por serem apenas símbolos do que eu fui
As salas e quartos
As casas em que vivi
Perdoem-me por não estar mais lá
Não acusem este eu de agora
Pois o dia de ontem é apenas o último de que me desfiz
E o de hoje, um passar, a quem nem mais quero me apegar
Não me torturem com esses fantasmas
Não se aproveitem do amor que não consegui evitar
Para me remoer com as suas onipresenças
Vocês são pedaços de minha alma
São os ecos de meus pensamentos
Não se afastem para que eu não morra
Porém, não precisam estar tão presentes para que eu não definhe