Quebrantamento
Se hoje, ainda te sinto e te sigo
feito estrela, cadente e boba
É porque de mim, não se foi, este desejo
Este desejo, de te escrever em meu papel
e na alvura terna desta minha pele
Neste léu, onde me desboto
Tem o vazio teu como invólucro
No todo e em tudo que me coloco
a minh’alma absorta se desloca
Feito retina... anuviada,
que deixou de ser tão doce e menina
com teus traquinas sonhos em cor de rosa
Cansada, na alfama das horas frias
em que a solidão se achega dolente
sorrateira e falsamente amorosa
Lágrimas são pétalas, de chuva fugaz
Mas, logo depois veem o raios, o sol
Colore o ar e um arco, diante da iris se faz
Assaz, teu sorriso em flechas me atinge
e o coração em contento, a ele não resiste
entrega-se e a sonhar novamente, persiste
A noite, desfaz o rosto alegre do dia
E nas asas negras do tempo se refaz
Na poesia sou “vésper” ou sou “d’alva”?
Volto a ser nada!
Estrela boba e de_cadente nesta terra
a vagar sem o céu, que é meu chão