Quebrantamento

Se hoje, ainda te sinto e te sigo

feito estrela, cadente e boba

É porque de mim, não se foi, este desejo

Este desejo, de te escrever em meu papel

e na alvura terna desta minha pele

Neste léu, onde me desboto

Tem o vazio teu como invólucro

No todo e em tudo que me coloco

a minh’alma absorta se desloca

Feito retina... anuviada,

que deixou de ser tão doce e menina

com teus traquinas sonhos em cor de rosa

Cansada, na alfama das horas frias

em que a solidão se achega dolente

sorrateira e falsamente amorosa

Lágrimas são pétalas, de chuva fugaz

Mas, logo depois veem o raios, o sol

Colore o ar e um arco, diante da iris se faz

Assaz, teu sorriso em flechas me atinge

e o coração em contento, a ele não resiste

entrega-se e a sonhar novamente, persiste

A noite, desfaz o rosto alegre do dia

E nas asas negras do tempo se refaz

Na poesia sou “vésper” ou sou “d’alva”?

Volto a ser nada!

Estrela boba e de_cadente nesta terra

a vagar sem o céu, que é meu chão

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 30/05/2014
Reeditado em 27/07/2016
Código do texto: T4826103
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