CONTINUO NA MINHA ESTRADA
Iniciei a minha estrada há sete décadas,em África,
Percorri um caminho longo até aqui,
Tive percalços muitos e a um acidente sobrevivi,
Continuo a ser o mesmo, sou bom patriarca.
A estrada foi difícil de percorrer, em piso de terra,
Até aparecer o asfalto, boa comodidade,
Comigo viajaram filhos e netos, em tenra idade,
Perderam a boleia meus bisnetos, me desespera.
Mantenho-me ainda na minha estrada, tão longa,
Terras conheci que não mais esquecerei,
Cabinda, Lisboa e Tomar, foram a casa e sombra,
Que me acolheram, e que eu nunca abandonarei.
Não sei quando chegarei ao fim da minha estrada,
Pois ainda viajo por ela com prazer,
Faço algumas paragens para refletir e espairecer,
Não quero deixar de ter uma vida sustentada.
Depois de tanto tempo de estrada, senti inspiração
Para cantar em poesia, a minha vivência,
Escrevi com paixão belos versos, minha apetência
Pra deixar transbordar o palpitar do meu coração.
Ruy Serrano, 24.12.2013, às 15:10 H