TRAVESSEIRO DE POESIA
Deitei-me abraçado ao meu travesseiro de poesia,
Com os poemas que me servem de companhia,
Travesseiro de penas da minha sacrificada vida,
Que me dá o repouso merecido de mais um dia.
Recordo então o tempo em que dormia no chão,
Acompanhado por uma bela mulher num sertão,
De mistério, quente e húmido, de forte cacimbo.
Que me abraçava e beijava com muito carinho.
Era eu jovem e vivia de muitos e vários sonhos,
De aventuras, amores, prazeres e descobertas,
Desgostos, medos, enganos e os desenganos
Que tinha e que eu desprezava, por incertezas.
Os tempos de outrora eram outros, de amor puro,
Amava-se com descrição e com senso maduro,
Beijava-se controlado por conta e certa medida,
Pedia-se autorização pra namorar com cortesia.
Ruy Serrano - 26.05.2014, às 00:15 H