ENTRE OS MEUS LENÇÓIS
Entre os meus lençóis, ouço palpitar
O teu coração, no badalar das horas,
No relógio de parede do meu salão,
Eu contigo num doce e meigo beijar.
Tomas conta do meu ser, sou fraco,
Deixo-me levar pelo teu ar celestial,
És para mim ilusão e puro fracasso.
És volátil, escapas entre meus dedos,
Quero suster-te, mas jamais consigo,
És como uma pena que se desprende
E voa pelo ar, para um destino incerto,
Onde alguém te fará sua prisioneira.
Eu sem te poder valer no derradeiro
Momento do teu tão certo cativeiro.
Não desistirei, tu serás sempre minha,
Nem que para isso atravesse oceanos
E continentes, enfrentando fantasmas
Que queiram apoderar-se da tua alma,
Alma que me pertence, por muitos anos.
Foi a ti que me entreguei por completo
Não quero por isso viver num deserto.
Ruy Serrano - 25.05.2014, às 00:25 H