UM VENTO GÉLIDO

Busco encontrar - te de todas as maneiras que eu sei...

Mergulho nas profundezas dos oceanos e da minha alma, alço um vôo constante pelo espaço sideral e da minha consciência; plano sobre o deserto árido do meu coração e devasso incontinenti as emoções que de repente surgem... Lembranças, saudades... Apenas saudades daquilo que contigo vivi... E que sonhei viver, mas que o destino inexorável evitou, ao nos separar...

Foste embora como se carregado por um vento gélido que assolou e deixou fria a minha vida... E eu nada pude fazer...

Ao olhar - me no espelho do nosso passado, imagens belíssimas deixam - me sonhar por instantes, mas a malha negra da realidade logo me envolve, porque no nosso ninho de amor, nada mais resta de teu, senão o cheiro que ficou impregnado em tudo que toco, o cheiro do nosso amor alucinado, de êxtases miríficos, do sabonete nos nossos corpos no banho, após o amor, a suave fragrância da tua loção de barba... Mas me pergunto se estarão, mesmo, aqui, ou se apenas fazem parte da minha imaginação que jamais te esquece, que em tudo te vê e te sente, fruto maduro e melífluo da saudade que te inventa de todas as maneiras e em todos os lugares...

Para que eu possa sobreviver...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 06/09/2005
Código do texto: T48056