Amamo-nos
O mar arrebenta no peito de pedra e o faz desaguar pelos olhos.
Saudade é correnteza, menina; dilúvio de nossos abrolhos.
Abro os óleos dos navios e vejo o grosso da saudade,
Óh, Marquêz de Sade torto,
Invade meu porto.
Quase morto, revivo os dias enfogueirados;
O som da rádio, chiados que nos punha alma de pé; Agradecendo amamo-nos,
Agradecendo Avaré.
Fernanda Valencise
Com carinho para Regina Helena Pontes, amiga de raíz forte e, aproveitando o ensejo, muito grata ao amigo Antônio Marcos Campos. Amamo-nos sempre.