PIERROT CARENTE

Lembro dos carnavais,

confetes e serpentinas.

Tempo que não volta mais.

Saudade das colombinas.

Lançava o perfume nelas,

nada era proibido.

Pernas expostas, tão belas,

olhar de menino atrevido.

Um pierrot tão carente

buscando amor passageiro.

Na cama, arlequim demente.

Gozo de Fevereiro.

Bailarinas fogosas,

bruxinhas espevitadas,

ciganinhas dengosas,

muitas fadinhas levadas.

Todas, um dia, provei,

sendo, por elas, amado.

Mas no fundo era um rei

de sombrio reinado.

Nas cinzas de quarta-feira

renascia a rotina.

Findava a brincadeira.

Solidão, minha sina.

Hoje lembrei da mocinha

que cruzou meu caminho.

Que pena, não quis ser minha.

No quarto, me acabei sozinho.

Téo Diniz
Enviado por Téo Diniz em 03/05/2014
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