Chuva
A chuva que cai lá fora
molha aqui dentro o meu coração
leva a amargura embora
e vai dando-me nova emoção
Molha esse coração sofredor
que luta para sobreviver
a perda de um grande amoir
que queria para sempre viver
Que ainda carrega a esperança
de um dia reencontrar
a sua metade ainda criança
razão única que ainda o faz pulsar
Molha-me chuva, sem cessar
umedece meu peito dolorido
quem sabe essa dor vai passar
na hora que secar o meu peito umedecido
Quem sabe doente eu esqueça
e na febre quando eu delirar
de ti eu me convaleça
e pare de te desejar
Chuva que chora gota pesada
trazes-me a saudade de quem partiu
deixando aqui triste essa apaixonada
que o seu coraçãozinho feriu
Estou como tua umidade no ar
turva, gélida e embaçada
como as núvens com seu pranto a largar
também largo a minha lágrima sufocada
Ouço tua queda ao chão
e vejo no solo o teu deitar
e está assim o meu coração
no coração dele querendo se esparramar
Quem sabe ele também esteja
olhando o teu cair
e como eu ele perceba
que não podemos mais fugir
Quem sabe ele descubra
que me ama loucamente
e que no seu coração surja
a figura dessa louca adolescente.