Mito Verde
Mito verde
Pesa a cruz de íris: cautelosa,
taciturna e profana a quem compreende.
Pulsa a forma da matéria e se desprende
em constante e infinita nebulosa
Quando já metafísica. ó mistificação
de um globo espaçado em face aguda,
com a pele exposta e a língua muda
de um corpo desprendido da razão
O torpor do espasmo, ao mentir
uma sinapse perdida em rota abismal,
rota feita, fundida, em sentido carnal
carne do passado, que torna a pungir
ou se perde e finda na inércia, em paz,
ou condensa o canto na ambição sem cor.
Sempre, porém, na multidão de dor
de meu peito em crosta se refaz
e invade a íntima expressão da hora
que pelo corpo a mente cartográfica caminha:
transcende a vida e a duplicidade definha
com a hipérbole animalesca da ilusão do agora!
Anjos brutos, não deste plano universal
fincaram seu implante no duplo hemisfério
e retornaram, em gozo, ao seu longínquo império
e me puniram com a pior obstrução mental