ESTA SAUDADE BANDIDA
(Sócrates Di Lima)
Como um barco distante a navegar,
Na mente um rosto para lembrar,
No corpo uma vontade imensa de abraçar,
Saudade esta que me faz a tudo rememorar.
Saudade,
Olhos d' água,
Como um córrego que o rio invade,
E no mar do peito desagua.
Saudade de você,
Que ainda vive em mim,
E eu nem sei por que,
Ainda, está forte assim.
Saudade lá distante,
Dos tempos das loucuras,
Das delicias de amante,
Sem as tantas frescuras.
Saudades do beijo louco,
Do sugar das linguas atrevidas,
Do quase perder o fôlego por pouco,
Das tantas vontades cedidas.
Saudade dos sorriso largos,
Dos olhares de paixão,
Dos tantos afagos,
Do mais extenuante tesão.
Ah! Saudade do amor de entrega,
Das lágrimas das partidas,
Que hoje meu peito carrega,
Com as saudades amanhecidas.
Saudade que se fazem eternas,
Que ao longe meu pensamento vê,
Saudades tantas e ternas,
Querida, me perdoa,
Nada foi atoa,
e esta saudade querida e não querida,
tão louca e tão perdida,
É esta saudade bandida,
esta saudade de você.