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Divago por entre lembranças

dum amor que escuso, não morto e ainda férvido.

E que por silêncios premidos em meu íntimo

jamais se calaram os bramidos em meus estreitos.

Por noites afora ainda chamo o seu nome,

sem jeito lhe busco em outros leitos, outros corpos.

Ainda bebo em sua fonte , sua água salobra

a sede não sacio e desaguo em choro.

Total me recolho à minha camarinha

lhe ponho entrelinhas,

lhe escondo e meu anverso,

entre versos e em tudo que escrevo.

Divago por entre essas dores

dum amor ainda vivo e absorto.

Se pérfido é esse encontro tão louco,

sem alma, é justo encontrar-lhe em meus gozos.

Beto Acioli

19/03/2014