Lindas e findas.
Nada pode conter uma saudade,
Aquela revestida em lembranças,
Que nos atormenta sem piedade
certeira no peito são suas lanças.
Como não sentir esta melancolia,
Esta vontade de sumir no mundo,
Deixando para trás toda agonia,
Quem planta em chão infecundo?
Quem já viveu um grande amor,
Saberá desta falta, que se instala,
Como uma virose carrega a dor,
Diz pra mim quem é que se cala?
Garimpo nas gavetas restos reais,
Resgate das ultimas esperanças,
Nada além de recortes de jornais,
Estampando preços das alianças.
Agora a saudade desconfortável,
Vive a revirar estas coisas findas,
Diante de uma solidão insaciável,
A se nutrir das coisas tão lindas.
Toninho.
15/03/2014