Nas entre linhas
Acolho-te em segredo,
O proibido sem medo
Em melodiosas
E perfumadas linhas
Te tenho letras,
Silabas,
Palavras
Vertendo a saudade...
No mais puro medo de perder-te
No teu deixar de existir.


Rasgo o ventre do poema
Esvaindo entre os dedos
Num papel vermelho
Onde choro as lágrimas-sangrias
Notívaga-sintonia...

Rasgando o papel-poema
Com o fio navalhado
Que meus pulsos invadem
Me vejo num melodioso
medo-proibido-segredo,
Onde dum risco
Se faz uma frase
Na incomplectude
de um poema inacabado...

Em meu vale de cristais
Te faço meu diamante
De primeir'água
Sinta-se de todo amado
Pois, comparado
Com o que fica para trás
E o que jaz,
Com o amor que está dentro de nós
Um não dizer que dói...

Me alimento de cada risco que caem
Dos teus dedos na tela que pinta
A cor da paisagem de saudade
Que me invade a alma
Por ti dedilhada.

És tangente vestida
De mim letra-por-letra
És meu jeito de sentir-te
És meu tudo,
Meu nada sei...
Meu deserto de mim...
Minha letras vertida
Nas lágrimas do teu ir
Nas entrelinhas do meu existir
És o meu sentido porvir.

 
Ray Nascimento
Enviado por Ray Nascimento em 17/03/2014
Código do texto: T4731864
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