O ÚLTIMO CARNAVAL
Lembranças invadem
Sem pedir licença
Recordações coloridas
Vão e vem em cores fortes
E em outras partidas.
Aquela fantasia multicor
Hoje causa dor na saudade
Fotográfica em álbum de borrões
Pergunto onde ficou o brilho
Folião?
As mãos estendidas ao alto
Exaltava Dionísio em sua
Fertilidade primitiva.
Agora a idade regula a
Forma criativa não perjurando
O conteúdo da animação.
O tempo muda e as canções
Não passam de meras
Recordações antológicas
As pernas jovens não conseguem
Saltar suas coreografias.
As tradições carnavalescas
Terminam na ressaca moral
Do despertar pagão.
Guardo o sorriso como bússola
Que me guiará aos confetes e
Serpentinas... Marcha Palhaço
Seguindo o coração pulsante da
Sua colombina.
Fernando Matos
Poeta Pernambucano